terça-feira, 21 de setembro de 2010

Semana 2


Os teus olhos amendoados, cor de azeitona,
Vivos e alegres, trespassam-me.
São tão sinceros que me deixam envergonhado.
Sim, é uma fotografia. E sim, fui eu que ta tirei.
Mas não consigo evitar corar

Lembraste os dias que ficámos só a olhar
Um para o outro, sem mover um milímetro que fosse,
Porque aquela forma de estar era a melhor do mundo?
Às vezes desviávamos o olhar e lembrávamo-nos que tínhamos fome
Para no segundo a seguir nos esquecermos completamente.
Creio que, sem dizer nada a ninguém,
Inventámos a nossa linguagem.
Nem um ao outro o confidenciámos por palavra.
Mas de vez em quando piscavas-me o olho
Em sinal de confirmação.

Havia alturas que nem precisava de te explicar
Já tu o compreendias
E eu sentia um abraço invisível
Que me levantava e repunha as energias.
Outras era eu que te percebia
E espontaneamente criava piadas, inventava maluquices
E não desistia até o teu olhar se iluminar.
Estou a usar o passado mas isto é presente e futuro!
Sabes que mais?
Tenho saudades de olhar para ti
E se estivesses aqui
Tenho a certeza que me piscavas o olho

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